A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,4% no trimestre encerrado em outubro, atingindo o menor patamar da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE, iniciada em 2012. O recuo representa um avanço importante no mercado de trabalho brasileiro, com reflexos positivos tanto no número de trabalhadores formais quanto na massa salarial.
Em comparação ao trimestre móvel anterior, encerrado em setembro, a taxa recuou 0,2 ponto percentual (de 5,6% para 5,4%). Já em relação ao mesmo período de 2024, quando a taxa era de 6,2%, houve queda de 0,8 ponto. O número absoluto de desocupados caiu para 5,91 milhões de pessoas, uma redução de 11,8% em um ano.
Ao mesmo tempo, o número de brasileiros com emprego formal bateu recorde: 39,182 milhões possuem carteira assinada. No total, são 102,5 milhões de pessoas ocupadas, também o maior número já registrado pela pesquisa.
O rendimento médio também cresceu, impulsionando a massa salarial, que alcançou o valor recorde de R$ 357,3 bilhões. Segundo a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, esse aumento no rendimento global dos trabalhadores atua como um motor da economia, mesmo em um cenário de juros altos. Atualmente, a taxa básica de juros (Selic) está em 15% ao ano, o maior nível desde 2006, como tentativa do Banco Central de conter a inflação que permanece acima da meta de 4,5%.
A taxa de informalidade permanece elevada, com 38,7 milhões de trabalhadores, o que representa 37,8% dos ocupados. Apesar de ainda alta, essa proporção está abaixo dos 38,9% registrados no mesmo trimestre do ano anterior.
Outro dado positivo foi o recorde de trabalhadores contribuindo com a previdência social: 67,8 milhões, equivalente a 66,1% dos ocupados. Esse índice reflete uma maior formalização no mercado de trabalho, segundo o IBGE.
Entre os setores com maior crescimento na ocupação estão a construção civil, que contratou 192 mil pessoas a mais, e os serviços públicos, como saúde e educação, que adicionaram 252 mil trabalhadores.
A divulgação da Pnad Contínua ocorreu um dia após o Caged, do Ministério do Trabalho, informar a criação de 85,1 mil vagas com carteira assinada em outubro. No acumulado de 12 meses, o saldo é positivo em 1,35 milhão de postos formais.
